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Clínica EVCITI

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A Esclerose Múltipla através dos séculos

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A esclerose múltipla é uma doença que desafia não apenas a ciência, mas também a resiliência humana ao longo das últimas décadas. Desde suas primeiras descrições, sua jornada tem sido marcada por avanços científicos, mudanças de perspectiva e histórias inspiradoras de superação.

Há relatos históricos que descrevem pessoas com sintomas neurológicos recorrentes, levando à especulação de que essas pessoas possivelmente poderiam ter apresentado esclerose múltipla. É importante ressaltar que não há nenhum dado confirmatório desses casos, sendo apenas suposições baseadas na visão e conhecimento contemporâneos. Um exemplo frequentemente mencionado é o de Augustus Caesar, o primeiro imperador romano, que pode ter sofrido de fraqueza muscular e problemas de equilíbrio, sintomas que poderiam ser interpretados como possíveis indicadores de esclerose múltipla.

Acredita-se que Augustus d’Este, neto do rei George III da Inglaterra, tenha sido o primeiro caso documentado da doença em 1882. Ele manteve um diário de seus sintomas, que foi estudado pelo professor de neurologia da Universidade de Paris, Jean-Martin Charcot.

O professor Charcot também estudou outros pacientes, dentre eles uma mulher com tremores e outros sintomas neurológicos, incluindo fala arrastada e movimentos anormais dos olhos. Após sua morte, ele examinou seu cérebro e descobriu as lesões da Esclerose Múltipla, Posteriormente o professor Charcot realizou a descrição da “Esclerose em Placas”. 

Ao longo das últimas décadas, principalmente na era da ressonância magnética, testemunhamos uma evolução extraordinária na compreensão da esclerose múltipla. Sabemos que é a doença desmielinizante mais comum do sistema nervoso central e é uma das principais causas de incapacidade neurológica não traumática na população jovem. Em 2016, estima-se que houve 2.221.188 casos de esclerose múltipla globalmente. No Brasil, a prevalência estimada foi relatada variando de 1,36/100.000 habitantes na região nordeste a 27,2/100.000 habitantes na região sul. Na cidade de São Paulo, a prevalência estimada é de 15/100.000 habitantes.

A identificação de tratamentos eficazes para controlar os sintomas e retardar a progressão da doença revolucionou o cuidado dos pacientes, oferecendo melhor qualidade de vida para milhões de pessoas. Hoje nos baseamos especialmente em dois focos para tratamento da esclerose múltipla: O tratamento dos surtos e da progressão da doença e o tratamento dos diferentes sintomas que essa condição pode gerar, como dores, descontrole da bexiga e intestino, espasmos, humor, sono, entre outros. Na década de 1990, surgiram os primeiros tratamentos imunomoduladores, e atualmente há um arsenal terapêutico diverso, e que pode ser individualizado a depender da necessidade de cada paciente. 

À medida que continuamos a jornada na compreensão e no tratamento da esclerose múltipla, consideramos sempre a importância da compaixão, empatia e solidariedade na busca por uma qualidade de vida melhor para os pacientes que apresentam a doença. Acima de tudo, estamos em uma época na qual continuamente são estudadas novas medicações e terapias para esclerose múltipla, oferecendo promissores avanços em seu tratamento.